quinta-feira, 30 de abril de 2015

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar.
Depois abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio,
debaixo da água vai morrendo
meu sonho dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras 
e as minhas mãos quebradas.

Cecília Meireles


terça-feira, 28 de abril de 2015



Percorro o incompreensível, vivo o imprevisto.
Recolho-me, abro-me à luz e decepciono-me com aquilo que não passa de ilusórios reflexos.
 refaço-me e continuo errante no caminho desconhecido,
 segurando com mais esforço o nó da corda da vida,
 para que não se quebre o imperceptível fio que conecta o eu ao  meu ser 


terça-feira, 21 de abril de 2015

quarta-feira, 8 de abril de 2015


"... A imaginação é a artista que transforma o sofrimento em beleza e a beleza torna a dor suportável..." 

Rubem Alves


 Cecília Meireles



Vemos o que somos

“Nós não vemos o que vemos, 
nós vemos o que somos.
 Só vêem as belezas do mundo,
 aqueles que têm belezas dentro de si.
 Rubem Alves