segunda-feira, 23 de março de 2015


Diz uma linda lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto e em um determinado ponto da viagem discutiram. O outro, ofendido, sem nada a dizer, escreveu na areia:
HOJE, MEU MELHOR AMIGO ME BATEU NO ROSTO.
Seguiram e chegaram a um oásis onde resolveram banhar-se. O que havia sido esbofeteado começou a afogar-se sendo salvo pelo amigo. Ao recuperar-se pegou um estilete e escreveu numa pedra:
HOJE, MEU MELHOR AMIGO SALVOU-ME A VIDA.
Intrigado, o amigo perguntou:
"Por que depois que te bati, você escreveu na areia e agora escreveu na pedra?"
Sorrindo, o outro amigo respondeu:
"Quando um grande amigo nos ofende, deveremos escrever na areia onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar; porém, quando nos faz algo grandioso, deveremos gravar na pedra da memória do coração onde vento nenhum do mundo poderá apagar!"




quarta-feira, 11 de março de 2015



De que vale ter voz
se só quando não falo é que me entendem?
De que vale acordar
se o que vivo é menos do que o que sonhei?

Mia Couto

(VERSOS DO MENINO QUE FAZIA VERSOS)



quinta-feira, 5 de março de 2015

Ignorância Sábia


Aconteceu aos verdadeiros sábios o que se verifica com as espigas de trigo,
 que se erguem orgulhosamente enquanto vazias e,
 quando se enchem e amadurece o grão,
 se inclinam e dobram humildemente.
 Assim esses homens, depois de tudo terem experimentado, 
sondado e nada haverem encontrado nesse amontoado considerável de coisas tão diversas,
 renunciaram à sua presunção e reconheceram a sua insignificância.
 (...) Quando perguntaram ao homem mais sábio que já existiu o que ele sabia,
 ele respondeu que a única coisa que sabia era que nada sabia.
 A sua resposta confirma o que se diz, ou seja,
 que a mais vasta parcela do que sabemos é menor que a mais diminuta parcela do que ignoramos.
 Em outras palavras, aquilo que pensamos saber é parte — e parte ínfima — da nossa ignorância.
Michel de Montaigne, in 'Ensaios'



quarta-feira, 4 de março de 2015

O Importante

                                "Não importa o que fizeram de mim,
                                   o que importa é o que eu faço com o que fizeram de mim"
            Jean Paul Sartre